Hoje vamos abordar um assunto comum a muitas pessoas, que é
alergia. Em minha prática diária com a aromaterapia, o que mais vejo são
pessoas alérgicas a algo que não têm idéia do que seja.
A princípio creditam uma crise de espirros ou coriza (no
mínimo pela manhã) ao clima, úmido ou seco, e de certa forma, já até
incorporaram ao seu cotidiano, a tratam até com alguma intimidade, chamando-a
de “minha alergia”.
Costumo perguntar se a criou ou comprou, para poder chamá-la de
“sua alergia”. E a verdade é que até certo ponto isto é verdade, pois mesmo sem
querer, a cultivou.
Como podemos cultivar algo que não nos faz bem? Ora, resposta
simples. Quantas pessoas cultivam relacionamentos que não lhes fazem bem,
quantas outras se mantêm em empregos que lhes destroem a autoestima (e o
sistema imunológico, claro!), e o que é pior, convivem com alguém que gostariam
que fossem bem diferentes do que são – na verdade, elas mesmas!
Isto é comum e tratado como normal, mas como não é normal,
aparece como alergia para lembrar que algo não anda lá essas coisas. Alguém
pode ter alergia a si mesmo? Claro que pode, tanto assim é que as doenças autoimunes
estão aí mesmo para ilustrar a nossa conversa. O que é isso? Simplesmente
quando o organismo não reconhece algo, dizendo assim: “essa informação não consta em nossos arquivos, portanto não posso
lidar com ela, vou ter que me virar para criar em meu banco de dados algo para
conviver com isso”.
Nosso organismo é inteligente, age assim também no caso de
alergias. É claro que existem vários tipos e várias causas, e na realidade,
estou aqui para falar de uma delas. Mas, como um assunto puxa outro, temos aqui
algumas coisas para pensar.
Meu objetivo, como diz o título do texto, é conflito
olfativo. Vamos fazer uma brincadeira: finja que está indo tomar banho:
·
você
usa sabonete com um aroma;
·
lava
os cabelos com um shampoo (outro aroma);
·
coloca
creme de pentear ou condicionador;
·
se
for homem, faz a barba com um creme e loção de barbear; (2 itens)
·
você
se seca com uma toalha de banho que foi lavada com algum sabão em pó com um
aroma e enxaguada com amaciante com um outro; (2 itens)
·
hora
do desodorante;
·
se
for mulher, usa um hidratante facial e outro corporal;
·
escova
os dentes com creme dental e um enxaguante bucal; (2 itens)
·
se
for mulher, consideremos o batom, blush, rímel, lápis para contorno dos olhos...
o que mais? (no mínimo 1 item);
· e para completar, chegou a hora do perfume. Só uma curiosidade: sabe aquele perfume que você adooora, pois tem um fixador maaaaravilhoso? Pois é, aí é que mora todo o problema! Peraí, já chego lá!
Contou quantos itens? Ah..., já sei, tem preguiça, né? Deixa
que eu conto pra vocês. No mínimo, se a pessoa for “basiquinha” usará 14 itens
diariamente, cada um com um aroma. Notem que estou falando de aroma e isto é apenas
papo de perfumista!
É claro que 14 aromas diferentes vão pirar os seus sistemas,
mas eles, inteligentes que são, vão arranjar um jeito de lidar com isso. Um
espirro aqui, uma coceirinha no nariz ali, e lá vamos nós...! A questão é o
jeito que o organismo da gente dá...!
Todos os produtos acima listados têm em sua composição, salvo
raras exceções, em todas as marcas de cosméticos conhecidas, alguns componentes
químicos que são extremamente danosos à saúde. Cito aqui apenas uma palavra: fragrância.
Escondidos dentro dela existem em média, segundo relatório da EWG, 3.163
componentes químicos, dentre eles o ftalato,
que é o queridinho de consumidores de perfumes, pois é ele que se gruda à pele
fixando o perfume, aliás, prefiro usar a palavra “fragrância” para deixar bem
claro. E não é só o perfume, mas desodorantes, esmaltes de unhas, tintas para
cabelo, loção pós barba...
E o que vem a ser esse tal de ftalato? Ok, vamos lá: sabe a
sacolinha de plástico que você se recusa a usar porque vai poluir o Meio
Ambiente? Pois é, essa substância é um plastificante
utilizado na fabricação de PVC, que sem saber você coloca na pele na maior
alegria!!!
Para não ser “urubuzenta” vou só falar que é um disruptor hormonal, causa danos ao fígado, aos
rins, além de problemas no aparelho reprodutor. Acho que chega, não? Se quiser,
eu continuo...
Bem, na Europa já está proibido, nos Estados Unidos e Canadá
existe uma campanha feroz em favor da proibição e aqui no Brasil..., bem...,
apenas uma pergunta: já tinham ouvido falar sobre isso? Ah...! sobre a
proibição em brinquedos infantis, não foi? Mas não é só isso. Uma grande
empresa se pronunciou sobre o assunto, mas minimizou o problema argumentando
que não existem evidências conclusivas quanto a esta substância. Então está
decidido, mas não está combinado!
Volto em breve com sugestões alternativas. Ok, vou esclarecer
desde já. Sou perfumista natural, trabalho com óleos essenciais, tinturas de
ervas, florais sutis Joel Aleixo
®
(depois eu conto...!) e realmente comercializo cremes hidratantes e perfumes,
mas é claro que não estou escrevendo com um ar de “eu tenho a solução!”, não,
não é nada disso! Tampouco não tenho a intenção de fazer texto/propaganda, até
porque não daria conta de tantas encomendas (pelo menos por enquanto), a idéia
é conversar mesmo e contribuir com o que for possível com relação ao assunto,
ok?
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