É hora de agradecer a prosperidade e a “não prosperidade”.
Aquilo que aparentemente não deu certo é um dos passos a serem seguidos,
estudados e resgatados, procedendo-se a uma regênese dos fatos. Não. Não estou
falando de conformismo como “ah... não deu certo porque não era para ser...”,
ou algo do tipo a raposa diante das uvas.
Quantos negócios fazemos, com tudo para dar certo e em algum
momento algo começa a dar errado e forçamos a barra, fingindo ter fé que tudo
mudará apenas porque não temos força naquele momento para dar aquele passinho
atrás estratégico e considerar uma mudança na estrutura do bendito negócio?
Apelamos para a Fé, colocando a responsabilidade do “não
certo” sobre os “ombros de Deus”, dos Orixás, dos anjos ou quem quer que seja,
e insistimos, mas à essa altura com a fé do lado de fora, nosso empenho fica
prejudicado. E a coisa continua, pois nossa vontade está caminhando em uma
direção de mãos dadas com a vaidade e a teimosia, disfarçadas de fé, o que não
nos permite parar e reconsiderar nossos passos.
Bem, até aí tudo certo, posto que humano. Negócios irem mal
até chegarem ao ponto da regênese é normal, comum e até certo ponto esperado,
para isto existem ajustes. Até aqui não há desequilíbrio ou errado em termos
humanos e até mesmo espirituais. Estamos ainda na área da emoção.
O momento em que as coisas degringolam e saem de controle e o
caos é fatal é justamente aquele em que entramos em processo de procurar o
“erro” ao invés de procurar como acertar
dalí para a frente. Nesse momento surge a palavra fatídica: culpa!
“Ah..., Deus me abandonou...!; “Meu sócio insistiu, bem que
eu falei...”; “Achei que a simpatia e o trabalho que me mandaram fazer iriam
dar jeito...”; “Tive medo...”; “Fiz promessa e ...nada...!”; “Se ao menos eu
tivesse feito, dito...”, e a pior: “Eu errei e a culpa é minha...” Quando
chegamos a essas equivocadas conclusões e a culpa se estabelece, ela se senta em
nosso colo e paralisamos. Nós, a derrota e culpa sentamos lado a lado e ficamos
chorando sobre o leite derramado.
Credo! Tudo isso acontece, já aconteceu e ainda vai acontecer
se não tomarmos algumas providências.
Assim, temos que lembrar que a Vida é movimento constante,
com início, meio e não diria fim, mas regênese. A gênese é o começo de tudo,
portanto a regênese é a continuidade, o próprio movimento da Vida e do Mundo.
Então, vamos contar uma estorinha: começamos um negócio.
Pessoas talentosas, as quais tinham uma vaga idéia de seus talentos, a vontade
somada à criatividade (elemento fogo), a colocamos em prática, abrindo um negócio
(elemento Terra), assim, chega o momento de avaliarmos e discernirmos sobre
essa criação e expandi-la (elemento Ar), e para complementar precisamos
adaptá-la e dar o movimento de fluidez (elemento Água) para que realmente a
coisa aconteça e se movimente como negócio estabelecido.
Tudo perfeito, não fossem as doses desequilibradas de cada um
desses elementos. O equilíbrio dos elementos, seja no homem ou mesmo em uma
empresa, torna-se de vital importância para que as coisas estejam
verdadeiramente de acordo com sua Natureza primordial e de posse de todas as
ferramentas necessárias para a plena manifestação do espírito no homem ou no
comércio, através do homem.
Por exemplo, um sujeito tem uma grande vontade de abrir uma fábrica de bonecas de pano (Fogo), ele sabe confeccioná-las muito
bem, pois estudou para isto, cursou a Faculdade de Belas Artes com
especialização em bonecas (se é que isso existe). Junta uma graninha,
providencia a documentação da empresa, compra matéria prima à vontade e dá início à confecção (realiza através
do Elemento Terra), discerne e avalia que precisa de dez
funcionários, pois quanto mais pessoas trabalhando, mais poderá ter produto
final para vender, logo, ficará rico mais rápido (Elemento Ar), começa a vender fazendo fluir seu produto e a partir daí faria
as adaptações necessárias (Água)
para que tudo se viabilizasse da melhor forma possível.
Seis meses se passaram e tudo corria bem até que seus
clientes começaram a sugerir mudanças no tipo de tecido utilizado, outros
reclamavam que os olhos das bonecas poderiam ser maiores, e assim o estoque de
tecido foi para o brejo, pois lembram, comprou
matéria prima à vontade, ele estava empolgado pelo Elemento Fogo. As
encomendas começaram a diminuir e o dinheiro para pagar dez funcionários passou
a ser um problema (ele achou que
ficaria rico mais rápido se tivesse
uma quantidade grande de bonecas, para isso precisaria de muita gente
trabalhando – Elemento Ar) erro de avaliação, discernimento falho. Vendeu
bastante, dando bom fluxo, pelo menos a princípio, mas na hora de fazer a
avaliação do seu comércio, as coisas não funcionaram como deveriam. Na
realidade, estou sendo sutil, as coisas foram para o buraco (caos)!
Vamos ver o que realmente aconteceu:
O Fogo e o Ar têm movimento de exaltação, têm a capacidade de provocar
um incêndio, fazem a vida acontecer. Exaltação, do latim exaltationem, do verbo exaltare
que etimologicamente quer dizer, ex (movimento para fora) + altare (altar,
alto) jogar para o alto, elevar.
A Terra e a Água têm movimento de precipitação, com a capacidade de
mover-se rápido, como a chuva, a neve e o orvalho, movimento de cima para
baixo, trazendo-os à Terra. Na Alquimia significa o ato de separação da
substância sólida em uma solução líquida. O que flui.
A Alquimia tem um princípio que diz o seguinte: “o que é
aberto pela exaltação precisa ser fechado pela precipitação e vice-versa”. Caso
contrário, não é feita a gênese, ou seja, não se realiza.
Exaltação – é a idéia, o ímpeto criativo, a
vontade e o entusiasmo. O Fogo e o Ar irão expandir.
Precipitação – é o planejamento, a organização, a
execução e finalmente a realização. A Água e a Terra irão moldar.
Agora, visto isto, vamos trazer para o mundo de Gaia, no
exemplo de nosso fabricante de bonecas. O que será que deu errado? Ali, como
vimos, tínhamos todos os quatro elementos. Ele quis, teve a idéia, montou a
empresa, pensou, deu fluxo. Ok, mas e as quantidades dos elementos, como estariam?
Nosso amigo em questão, cujo apelido é “Rascunho”, estudou
Belas Artes e achou que fazer bonecas seria o caminho mais fácil para ganhar
dinheiro, portanto foi fazer a tal especialização. Teve vontade realmente de
abrir o negócio, porém baseado na premissa de que ganharia muito dinheiro com
aquilo. Tinha pressa em ganhar dinheiro, portanto contratou logo um número de
funcionários maior do que o necessário e uma quantidade de matéria prima
exagerada. Em suma, ele agiu na exaltação, excesso de fogo (vontade, ímpeto,
ambição) somado ao excesso de ar (pensou e avaliou), mas concluiu ainda movido pela
exaltação. O excesso desses dois elementos provocou literalmente um incêndio em
seus negócios. Queimou a oportunidade e o filme. A estória teria ficado por aí
não fosse sua vontade de sair do caos onde se encontrava. Foi procurar o
caminho para fazer a regênese e desta vez fazer de forma completa.
É claro que estou contando tudo isso com sua permissão e
escondido por detrás de seu apelido. Sugeri algumas palavras chaves para que
ele começasse a se cuidar. Sim, eu poderia ter lhe dado florais e fórmulas
alquímicas para o equilíbrio, mas como na hora em que escrevia algumas palavras
chaves para começar a escolher quais ferramentas utilizar, recebi um telefonema
de uma amiga super astróloga, daquelas que não encontramos em qualquer esquina.
Entendi a ligação de minha amiga como um sinal para que o encaminhasse
imediatamente para fazer seu mapa astral e de sua empresa. A primeira palavra chave
não era outra senão autoconhecimento, a segunda era atenção especial para o
meio ambiente (o que inclui o mercado), seguiam-se três perguntas: “o que eu
realmente quero, o que me move?”; qual meu talento inato, independente de minha
profissão?” “Estou disposto a mudar?”
Assim, não perdi tempo e encaminhei-o à Astróloga que através
do mapa o ajudou a responder tais perguntas e confirmou a minha leitura dos
elementos em relação a ele mesmo e à sua empresa.
Resumo da ópera: está tomando florais alquímicos, usando
sinergias para equilíbrio dos elementos, e hoje vive a regênese de si mesmo e
de sua empresa, exportando suas bonecas, almofadas e colchas para vários
países. Utilizou o excesso de fogo de forma direcionada através da
auto-avaliação. O que foi aberto pela exaltação, foi fechado com a precipitação
- planejamento e organização.
Assim, isso é apenas um recado. Pode e precisa dar certo,
basta querer realmente, pensar com cuidado, aceitar com determinação e planejar
com amor.
Ah! Rascunho não mais admite ser chamado como tal, hoje ele é
a obra original completa, revisada e em edição especial.
Você também pode!
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