
Assim, se transformou num cavalo e lá foi
ele. tudo corria às mil maravilhas até o dia em que como resultado dessa brincadeira nasceu uma criança, quer dizer, no caso, “uma coisa”, conforme pensou a própria mãe ao ver o fruto que havia gerado, pois era um centauro, metade cavalo e metade homem.
A ninfa pirou e nem quis saber do filho, pois
morria de vergonha de haver dado à luz “àquilo”, assim pediu à Gaia que a
transformasse em uma árvore. Ela então foi transformada em uma árvore de tília.
Saturno olhava por seu filho, mas não podia
aparecer pra não dar bandeira. Pediu ajuda a outros deuses.
Assim, sem pai, nem mãe, Quiron foi adotado
por Apolo, que cuidou de sua educação, Ártemis ensinou-o a caçar e Athena
transmitiu--lhe sabedoria.
Bem, como Apolo sabia tudo, Quiron não só
aprendeu, como passou a dominar os oráculos, a Medicina e as artes, além de
Astrologia, que passou a ensinar. Seus alunos faziam fila para saber seus
destinos, ele encaminhou muita gente boa, príncipes, filhos de deuses, muita celebridade olímpica.
Alguns
exemplos são Aquiles, que veio a tornar-se um guerreiro sagrado e Asclépio
(Esculápio) que veio a ser “apenas” o deus da Medicina. Na verdade, ele ficou
tão sábio que chegou a ensinar ao próprio Apolo, num exemplo daquilo que se chama
de “o discípulo superar o mestre”.
Ia tudo muito bem naquela vida bastante
agitada, ajudando a todos, até que chegou o dia em que Hércules estava em luta
contra a Hidra de Lerna e Quiron veio ajudá-lo. Pra quê? Se ferrou, porque uma
das flechas estava envenenada e atingiu acidentalmente a anca do centauro.
Acontece que a coisa ficou feia, porque ele
era semideus e não podia morrer, a dor era terrível e não mais suportando,
após ter tentado todas as ervas e unguentos possíveis, pediu a Júpiter que o
poupasse daquele sofrimento. Júpiter prometeu pensar.
Havia um herói chamado Prometeu que se atreveu
a fazer algo que irritou Júpiter (Zeus)
de tal forma, que como castigo foi acorrentado no Monte Cáucaso, onde de dia
era bicado no fígado por uma águia e à noite seu fígado se regenerava, só para
ser bicado no dia seguinte. Isso deveria durar a eternidade... O que ele fez de
tão grave? Nada... “só” roubou o Fogo Sagrado e o entregou à Humanidade.
Ele se livraria desse castigo no dia em que algum imortal renunciasse à própria
imortalidade. Júpiter deu esse castigo achando que isso jamais ocorreria. Acontece
que Quiron renunciaria numa boa, inclusive sabendo que ao tornar-se mortal
seria enviado ao Hades.
Acontece que Hércules em suas andanças deu de
cara com Prometeu todo estropiado e teve a ideia de falar com Júpiter, afinal,
de certa forma ele carregava uma culpa, ainda que indireta pelo sofrimento
dele. Proporia uma troca – Quiron tornar-se-ia mortal e livraria Prometeu
daquela tortura. Ele renunciaria numa boa, inclusive sabendo que ao tornar-se
mortal seria enviado ao Hades.
Nesse ato subjaz muita coisa importante, como
a cura do incurável, a libertação de Prometeu e a devolução do Fogo Sagrado à
Humanidade, sem falar em Hércules que tirou esse peso das costas. Ufa! Quando Júpiter
se tocou que isso era muita coisa boa junta, percebendo o autossacrifício em
prol da Humanidade, ele liberou Quiron de ir para o Hades .
Alguém aí está se perguntando “que cura do
incurável é essa se ele tornou-se mortal e não se curou?” Quem disse que ele
morreu? Júpiter nove dias depois criou a constelação de Sagitário. Isso é
morrer?
E quando chegamos ao mito de Sagitário
podemos ver muita vida, tanto no que diz respeito à Espiritual quanto à
terrena.
Que Divina Alquimia!
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