Ali posso me
ver como sou, hoje, ontem, séculos atrás e ainda posso
divisar o que serei, já que ontens,
presentes e futuros são uma só coisa,
uma só história, um só espírito.
Na
madrugada, quando não há interferências de sons alheios, idéias alheias e
contrárias, onde não existem opiniões, é ali que existo e me sei;
Olhando
estrelas, planetas, me identifico como eu mesma.
Muitas
vidas, experiências e histórias. Ali sou inteira. Não há máscaras, disfarces,
não preciso agradar, tampouco preciso que me agradem. Sou espírito que passeia
no infinito e sabe quem é. Sabe sem palavras, apenas sente.
Olho ao
redor e posso ver a diferença entre a materialidade e o infinito que eu sou.
Não preciso de
aprovação, não preciso julgar nada. Tudo é perfeito.
Olho a
cadeia de morros e passeio por eles sem barreiras, flutuo, volto. Vou sozinha,
vou acompanhada, sem nomes ou formas, apenas sentimentos e sensações me acompanham.
Realidade do Infinito.
Se tivesse
perguntas a fazer,o sim e o não viriam com facilidade com o simples piscar das
estrelas.
Não ouso
perguntar. Seria muito mundo físico, e nesse momento, não vivo nele, sou
espírito que sabe quem é, ainda que não precise saber, apenas sou.
Tenho muitos
séculos de história e elas se juntam num bloco de sensações sem explicações,
posto que não há necessidade. Apenas vida além do mundo material, a vida real.
Apenas sinto que existo como espírito. E este plaina, passeia nos contornos das
montanhas com a facilidade que é inerente ao espírito.
Tudo o mais é ilusão da matéria. Estou aqui por enquanto, já estive no Egito,
já estive na França, nos Estados Unidos quando ainda nem existiam. Roma foi meu lar por muito tempo, sem sê-lo, pois
espíritos não têm lar. Meu lar é o Universo.
Nele me
encontro, nele sou forte, e posso tudo o que necessito. Do que precisa um
espírito? Existir como tal, sentimentos, sensações, sabedoria, experiências.
Posso saber que tudo é vão e passageiro no mundo material, portanto, não
precisa de explicação, não é necessário preocupar-se.
Infinito...
infinito... tudo vai, volta, cresce, fortalece e evolui.
Para que serve
a matéria? Para que servem perguntas? Para levar ao mundo material com as
máscaras que nos pertencem por enquanto, com as figuras que vestimos para
perpetuar tais sensações. Levar idéias, perguntas, plantar sementes, e que
estas se perpetuem como resposta, como sabedoria, porque o perpétuo é o
universo. Aqui estou para prestar minha contribuição, como matéria, prestando
serviço, apenas isso.
A realidade
existe na madrugada, por isso muitos não dormem, precisam estar em contacto com
o espírito. Ele sabe, o ego confunde.
Não é
insônia, é necessidade de estar consigo mesmo do jeito que se é. E apenas nessa
hora você é o Espírito, que É. Por isso a realidade que vemos, muitas vezes
incomodam, preocupam, posto não ser real. Você é quem é na madrugada, sem
interferências, sem medo do mundo que cobra. Não tem satisfações a dar. Apenas
é.
E eu exerço
o privilégio de Ser e Eu sou agora, sem necessidades. Não preciso de você, você
não precisa de mim. Nossas histórias seculares nos bastam para integrar todos
os aspectos do Um.
Não tenho nome, eu sou o Um!
Nenhum comentário:
Postar um comentário